A audiência de custódia e a justiça restaurativa na promoção da dignidade humana: pelo perfilhamento da postura do estado democrático de direito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.4737550

Palavras-chave:

Justiça Restaurativa. Audiência de Custódia. Sistema Criminal. Dignidade da Pessoa Humana. Estado Democrático de Direito.

Resumo

Diante de um modelo penal e processual penal antigo que não atende aos conflitos entre as partes interessadas, gerando com isso descrédito a justiça de modo geral, surge a Justiça Restaurativa com a Audiência de Custódia, como possibilidade para resolver tal problemática e como elemento de concretização do Estado Democrático de Direto. A Carta Magma de 1988 representa o símbolo maior do processo de democratização e de constitucionalização nacional, sendo vista como a Constituição Cidadã. O supra princípio da Dignidade da Pessoa Humana contido no texto constitucional consiste num dos principais fundamentos da República, funcionando como base aos diretos e garantias fundamentais do cidadão, sobretudo na seara criminal. A partir da chegada da nova Constituição Nacional, ocorre uma releitura das legislações infraconstitucionais, que passam a ser interpretados de acordo com o novo texto constitucional. Na atual conjuntura jurídica-penal nacional, está associada à ideia de garantismo, ligada ao conceito de Estado Democrático de Direito, apresenta-se a Justiça Restaurativa juntamente com a Audiência de Custódia como a possibilidade de um novo modelo de justiça, mais humano e cociente, visando aplicação da pena correta pelo Estado, solucionar o conflito, na busca por resultados positivos na redução da reincidência criminal, a satisfação da vítima e a mudança da cultura de violência, para que possamos ser compatíveis com o Estado Democrático de Direito.

Biografia do Autor

Anderson Melo de Almeida, Faculdade Cenecista de Rio das Ostras, FACRO, RJ, Brasil

Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7574-2584
Faculdade Cenecista de Rio das Ostras, FACRO, RJ, Brasil
E-mail: anderson.almeida@gmail.com

Referências

Andrade, M. F & Alfen, P. R. (2016). Audiência de Custódia no Processo Penal Brasileiro. 2ª edição. Porto Alegre: Livraria do advogado, 2016.

Bourhis, R. Y., Moise, L. C., Perreault, S., & Senecal, S. (1997). Towards an interactive acculturation model: A social psychological approach. International Journal of Psychology, 32(6), 369–386. https://doi.org/10.1080/002075997400629

Brasil. (1992). Decreto Lei nº 592. Atos Internacionais. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Promulgação. Disponível:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0592.htm> em Acesso em 15 outubro de 2017.

Cirino, J. S. (2005). 30 anos de vigiar e punir. Trabalho apresentado no 11º seminário internacionaldo IBCCRIM (4 a 7 de outubro de 2005). São Paulo, 2005.

Comparato, F.K. (2003). A afirmação histórica dos Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva.

Cruz, D.S. (2011). Estudos de crime: A escola sociológica de Chicago. Vitória: Instituto Jones dos Santos Neves, 2011.

Dixon, W. J. (1994). Democracy and the peaceful settlement of international conflict. American Political Science Review, 88(1), 14–32. https://doi.org/10.2307/2944879

Fauconnier, J., Bénézech, M., Hitier, F., & Le Bihan, P. (2015). L’intime conviction du juge des libertés et de la détention dans les soins psychiatriques sans consentement. Annales Médico-psychologiques, revue psychiatrique, 173(7), 627–628. https://doi.org/10.1016/j.amp.2015.07.009

Fearon, J. D. (1994). Domestic political audiences and the escalation of international disputes. American Political Science Review, 88(3), 577–592. https://doi.org/10.2307/2944796

Fleury-Steiner, R. E., Miller, S. L., Maloney, S., & Bonistall Postel, E. (2016). “No contact, except”: Visitation decisions in protection orders for intimate partner abuse. Feminist Criminology, 11(1), 3–22. https://doi.org/10.1177/1557085114554259

Genevois, M. (1992). Direito Processual Civil Brasileiro. 7ª edição. São Paulo: Saraiva.

Giamberardino, A.R. (2015). Crítica da pena e Justiça restaurativa: A censura para além da punição. Florianópolis: Empório do direito.

Gilsen, John. (2003). Introdução histórica ao Direito. 4ª edição. Lisboa. Fundação Calouste Guilbenkian.

Habermas, J. (2002). A inclusão do outro: Estudos de teoria política. São Paulo: Loyola.

Karam, M.L. (2004). Pela abolição do sistema penal. In: PASSETTI, Edson (org). Curso livre de abolicismo penal. Rio de Janeiro: Revan.

Lake, D. A. (1992). Powerful pacifists: Democratic states and war. American Political Science Review, 86(1), 24–37. https://doi.org/10.2307/1964013

Maoz, Z., & Russett, B. (1993). Normative and structural causes of democratic peace, 1946–1986. American Political Science Review, 87(3), 624–638. https://doi.org/10.2307/2938740

Mccold, P., & Wachtel, T. (2003). Em busca de um paradigma: Uma teoria de Justiça restaurativa. Trabalho apresentado no XIII Congresso Mundial de Criminologia em 10 de agosto. Rio de Janeiro: International Institute for Restroative Practices, 2003.

Martins, T. A. (2007). Implementação da justiça restaurativa por meio dos juizados especiais criminais. Revista dos Estudantes de Direito da Universidade de Brasília, 6. https://periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/view/20428

Mirabete, J.F. (2005). Manual de Direito Penal. Parte geral. 22ª edição. São Paulo: Atlas.

Oliveira. A. (2000). Curso de Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Forense.

Paladino, C. de F. (2017). Minimalismo, abolicionismo ou garantismo: qual a solução para os problemas no âmbito penal?. Cadernos Da Escola De Direito, 2(13).

Paz, S.S. & Paz, S.M. (2005). Justiça Restaurativa: Coletânea de artigos. Brasília: Ministério da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento- PNUD.

Queiroz, P.S. (2007). Por que defendo um direito penal mínimo. 5 de dezembro de 2007. Disponível em: <http://pauloqueiroz.net/por-que-defendo-um-direito-penal-mínimo> Acesso em 13 de novembro de 2017.

Ramos, M. F. (2017). SGHC Honorários Contábeis. Revista Coleta Científica, 1(1), 01–16.

Slakmon, C., Vitto, R.P.C. & Pinto, R.S.G. (2005). Justiça Restaurativa. Coletânea de artigos. Brasília: Ministério da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento-PNUD, 2005.

Sica, L. (2007). Justiça Restaurativa e mediação penal: O novo modelo de Justiça Criminal e de gestão do crime. Rio de Janeiro: Lumen Júris. 2007.

Teles, N.M. (2004). Direito Penal: Parte geral: arts 1º ao 120.volume 1. São Paulo: Atlas.

Zaffaroni. E.R. & Pierangeli, J.H. Manual de Direito Penal. Parte geral 3. 3ª edição. São Paulo: Revista dos tribunais.

Zehr, H. (2005). Changing Lenses: A new focus for crime and justice Scottdale: Herald Press, 2005.

Publicado

2017-06-20

Como Citar

Almeida, A. M. de . (2017). A audiência de custódia e a justiça restaurativa na promoção da dignidade humana: pelo perfilhamento da postura do estado democrático de direito. Revista Coleta Científica, 1(1), 28–67. https://doi.org/10.5281/zenodo.4737550

ARK